Olá, amores!
Por Luis Quadros, CEO e fundador do Pertalks
Hoje, com um mundo quase todo digital, o bombardeio de notícias negativas acompanha a necessidade de estar sempre ativo nas redes sociais - fenômenos definidos como Doomscrolling e Social Media Burnout, respectivamente. A era da informação, que prometia conectar e informar, tem estabelecido um ciclo de exaustão mental. Nesse sentido, a pressão para estar sempre presente e engajado no meio de exposições que não favorecem os usuários é algo capaz de alterar o bem-estar a longo prazo.
Doomscrolling é o ato de consumir compulsivamente notícias negativas em um loop aparentemente sem fim. O aumento da ansiedade e da sensação de impotência ocorre porque há uma exposição frequente a manchetes de tragédias, crises políticas, desastres naturais, entre outras. O cérebro é condicionado a procurar mais informações em busca de controle, mas, paradoxalmente, isso só aumenta a angústia.
Social Media Burnout vem da pressão para estar sempre atualizado nas redes. A cultura virtual evoluiu de um espaço de compartilhamento para um foco em consumo, moldado por algoritmos que priorizam cliques e engajamento ao invés de conexões. O excesso de notificações, a necessidade de validar-se com curtidas e a constante comparação de vidas alheias criam um ambiente onde o uso das redes sociais não é mais prazeroso, mas sim cansativo.
De acordo com o relatório da Global Web Index, o tempo médio global gasto em redes sociais aumentou para 2 horas e 31 minutos por dia em 2023. No entanto, quase 50% dos usuários relatam sentir-se sobrecarregados com a quantidade de conteúdo e a pressão para interagir constantemente. O impacto é notável: um estudo conduzido pela Universidade de Pittsburgh descobriu que os jovens que passam mais de 2 horas por dia nesses aplicativos têm o dobro de chances de sofrer de sintomas de depressão e sentimentos de isolamento, em comparação com aqueles que as usam menos.
As redes sociais estão se tornando mais “mídia” do que “social”. Cerca de 40% dos usuários de plataformas de interação relataram presenciar menos contatos significativos e mais conteúdo passivo, levando a um aumento nos sentimentos de solidão e insatisfação.
A boa notícia é que, por mais que pareça impossível, existe um equilíbrio: plataformas IRL (in-real-life), que incentivam interações sociais genuínas e promovem o bem-estar. Diferente das redes tradicionais, esses sistemas estão focados em facilitar encontros, atividades ou hobbies presenciais e em grupo, fortalecendo a conexão humana fora do mundo digital. Além disso, tecnologias como a geolocalização podem contribuir positivamente, sugerindo atividades, eventos e comunidades próximas, criando um senso de pertencimento mais real e profundo.
Tendências de Redes IRL incluem apps que usam a tecnologia para conectar pessoas com interesses semelhantes, organizar eventos locais ou promover atividades como exercícios ao ar livre e encontros culturais. Essa estratégia é um atalho contra o desgaste emocional das grandes redes, criando um espaço mais equilibrado, focado em vivências e não apenas em conteúdo.
Tanto o Doomscrolling quanto o Social Media Burnout são reflexos da maneira como as plataformas foram estruturadas, sem ênfase em trocas relevantes. À medida que o usuário se torna mais consciente desses efeitos, a busca por métodos como as redes IRL se torna cada vez mais importante para restaurar um equilíbrio saudável e reduzir as porcentagens de exaustão frente ao uso das mídias sociais.
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