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17 de novembro de 2022

Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino: Empreenda como uma mulher

 Olá, amores!

divulgação

No dia 19 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, que tem como objetivo evidenciar e valorizar as mulheres líderes como protagonistas no campo empresarial. Embora representem 52% da população do Brasil, somente 13% ocupam posições de destaque em grandes empresas. Ainda assim, segundo dados do Sebrae e da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras no mundo. 

Dados da pesquisa do Sebrae com a Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que, durante a pandemia, as empreendedoras foram mais eficientes na hora de implementar inovações em seus negócios. Além disso, leva-se em consideração a escuta ativa e os desafios de conciliar vida profissional e pessoal. Dessa maneira, o empreendedorismo feminino tem a importância de reduzir as diferenças nas oportunidades de crescimento de carreira entre homens e mulheres, e enriquece a diversidade de negócios.

Nesse intuito, para comemorar e refletir, reunimos oito mulheres à frente de negócios para nos contar suas experiências e perspectivas.

Inspiração e referência para outras mulheres

Para Renata Marini, Head de Marketing da Sinqia, as mulheres costumam dar mais importância às oportunidades de crescimento, até porque elas precisam se qualificar mais que os homens para conseguir ocupar os mesmos cargos. Essa é uma realidade que faz com que elas sejam mais determinadas e persistentes com relação aos obstáculos corporativos e continuem focadas nos desafios da empresa até que o objetivo seja concluído. 

Renata aponta que líderes femininas também conseguem ver o todo, equilibrar, raciocinar e pensar pela intuição, trazendo maior efetividade ao motivar, engajar e desenvolver seus colaboradores,trazendo ambientes positivos e leves. “Essas características tornam as funções e colaboradores das organizações mais coesos com seus perfis comportamentais”, reforça. Além de ser uma forma de representatividade, as líderes inspiram e viram referência para outras mulheres, que querem crescer em suas carreiras para ocupar cargos altos em uma hierarquia. 

Exemplos poderosos que inspiram 

Para Bárbara Welter, Diretora de Vendas e CS da Coalize, a equidade é um tema cada vez mais debatido pelas empresas brasileiras, principalmente pela cobrança por mais igualdade de gênero nos papéis de liderança, dentro da hierarquia empresarial. Segundo a CS, esse movimento reforça uma tendência em espiral que tende a estimular ainda mais mulheres a empreender e alcançar os principais postos de trabalho, compartilhando suas trajetórias e ideias  inspiradoras. 

“Fico feliz em dizer que, atualmente, poderíamos citar inúmeros casos fascinantes de mulheres que estão fazendo história ao ocupar os principais cargos de liderança do mercado. Tenho um especial carinho e admiração por duas mulheres que me inspiram, tanto intimamente, quanto profissionalmente.” afirma Bárbara. Ela cita Mary Kay Ash, que a faz refletir sobre não existir uma idade certa para empreender, pois Mary começou mais tarde e ainda assim construiu um império de sucesso mundial, que se preocupa em promover um mercado de trabalho cada vez mais justo e igualitário. Também cita a brasileira Helena Rizzo, um dos grandes destaques do país e que lidera hoje um dos mais renomados restaurantes no mercado internacional.

Transformando obstáculos em potência

Na trajetória de Paula Raimo, sócia do Casar.com há nove anos, empreender foi um caminho natural com os exemplos que tem em sua família, na qual três mulheres saíram de suas carreiras executivas para atuarem à frente de negócios. Sobre essas referências, comenta: “Ao longo da construção de suas carreiras, elas transformaram preconceitos em competência, objeções em resultados, e obstáculos em potência”. 

Para a executiva, as mudanças no mercado podem ser notadas quando o contexto acima pode ser incorporado nas culturas das empresas que têm mulheres na liderança. E, também, na opção de conduta, como no caso dela, com humor e leveza. Raimo enxerga um crescimento de representatividade ao redor, o que aumenta a vantagem competitiva, pois há um quadro de sócios mais diversificado. Além disso, ela afirma que há uma abertura para contratação de pessoas mais diversas, baseada em habilidades necessárias para determinada frente, principalmente em empresas com propósitos sólidos, cultura que aposta na diversidade e é focada em pessoas como seu bem maior.

Construir um ambiente sustentável e oportunidades justas

Para Ludmilla Amaral, sócia e COO do grupo de comunicação VCRP Brasil, empreender vai muito além do conhecimento técnico: é arriscar e aprender coisas novas e difíceis todos os dias. A executiva destaca a importância de reconhecer os privilégios que teve e tem ao longo da vida - como o acesso a boas escolas e faculdade, por exemplo -, e usar esses degraus que lhes foram concedidos para conseguir dar oportunidades justas a mulheres que não tiveram esses mesmos trampolins. 

“O que me motivou, além de construir um negócio que realmente gere valor, foi construir um ambiente de trabalho que as pessoas pudessem crescer de forma sustentável e se sintam parte - até porque elas são - de tudo que vem sendo feito. Todos precisamos trabalhar, mas se as pessoas puderem trabalhar em um local que proporcione qualidade de vida, crescimento, e inclusão com uma boa renda - igualitária independentemente do gênero - para que possam realizar seus sonhos, não é muito melhor?”, finaliza.

Quebra de barreiras da diversificação

Lara Thomazini, Head de Marketing da N26, relata que é sempre uma alegria ver as mulheres ocupando cada vez mais espaço, com o mérito que elas sempre tiveram, mas agora mais unidas para quebrar, juntas, preconceitos antigos e datados. O time de Marketing na N26 é 50%/50%, e, para Thomazini, isso deveria ser norma nas estruturas, e inclusive em cargos de liderança. Ela acredita que o trabalho remoto pode ajudar a abrir espaço para mais mulheres ocuparem os cargos mais altos, assim como facilitar a quebra de barreiras raciais e regionais.

“Comunicação e publicidade têm poder e ajudam, sim, a construir cultura. Sabemos disso por meio de maus exemplos, como racismo, machismo, gordofobia, homofobia, entre outros, que foram pautas publicitárias por décadas e deixaram suas feridas, ainda não cicatrizadas. Só com times representativos seremos capazes de dar conta da complexidade e da responsabilidade social que o nosso trabalho tem. Só assim ele pode ser justo, empático e construir bons exemplos para as novas gerações” ressalta.

Representatividade na área social
Quando o assunto é o impacto da liderança feminina nas empresas e no terceiro setor existem muitos vieses a serem abordados. Para Cristhiane Oestreicher, diretora executiva da Casa do Zezinho, “A representatividade feminina é necessária, porque além de trazer alto impacto, ela demonstra o quanto a organização está alinhada com pautas como a diversidade e a inovação”.

Quando olhamos especificamente para a área social, a executiva explica que é nítido o quão a maioria das iniciativas são lideradas por mulheres. “Costumo dizer que a mulher vem com o chip do propósito instalado, e aliado a um desenvolvimento constante, acaba por criar projetos incríveis, inovadores e inclusivos”, finaliza.

Buscar inspiração para aproveitar as oportunidades

Amanda Pinto, fundadora da N.OVO Plant Based acredita que as mulheres precisam estar atentas às mudanças para enxergarem as oportunidades: “ Em 2017, percebi a oportunidade a partir do  nicho de plant based, ainda pouquíssimo explorado no Brasil. Sempre me perguntava qual era a melhor forma de se produzir comida, considerando os impactos ambientais, o bem estar animal, nutrição e acima de tudo, sabor, e foi assim que a N.ovo nasceu.  Acredito que todo começo de negócio gera altas expectativas e com elas, surgem insegurança e medo do fracasso. Mas  temos que alimentar todos os dias em nossa mente e coração o quanto somos fortes, capazes e resilientes. Busquei inspiração nas mulheres que admiro e que considero de sucesso. Foque naqueles que acreditam em você, que te dão credibilidade e se prepare para conhecer e estudar de verdade aquilo em que você quer investir seu tempo e força.” 

O que mudou ao longo dos últimos anos

Maria Colli, co-fundadora da Pampili,  acredita que a representatividade feminina no empreendedorismo se torna cada vez mais evidente. A quantidade de mulheres liderando negócios é muito maior hoje do que há 35 anos (quando iniciou com a marca de lifestyle da menina), época que começou a empreender. “Acredito que o fato da Pampili ter nascido com alma e essência feminina, tem um peso ainda maior para cada vez mais transformarmos juntos o mundo em um lugar melhor para ser menina, afinal, um mundo melhor para ser menina é um mundo melhor para ser mulher”, declara a co-fundadora da marca.