A Semana Fashion Revolution, uma das maiores mobilizações globais por uma moda mais responsável, justa e transparente, retorna entre os dias 22 e 27 de abril de 2025. Com o tema "Pense Global, Aja Local: quem é o Brasil na Revolução da Moda?", este ano a campanha busca mapear os maiores problemas e soluções da moda no país, a fim de promover um olhar aprofundado sobre territórios e saberes locais, emergência climática e direitos dos trabalhadores na cadeia produtiva.
No Brasil, a SFR existe desde 2014, e foi criada após a tragédia do Rana Plaza, que vitimou 1.138 trabalhadores da moda em Bangladesh no dia 24 de abril de 2013. Marina de Luca, Coordenadora de Mobilização e da SFR, destaca que “atuar, há 11 anos, nessa jornada nos ensinou muita coisa, e é muito potente ver a consolidação dessa campanha plural a cada ano”. Para a coordenadora, o mapeamento proposto pela campanha deste ano é uma forma de evidenciar a maturidade do movimento, que, atualmente, conta com uma rede de centenas de voluntários, espalhados por todas as regiões do Brasil, e que atuam em mais de 150 instituições de ensino.
Programação: um convite para a transformação global e local da moda
As ações da Semana Fashion Revolution 2025, que incluem debates, workshops, painéis e mais, acontecerão em todo o território nacional. A programação, totalmente gratuita, é organizada pelos 114 representantes locais e mais de 170 embaixadores educacionais do Instituto. Em 2024, foram mais de 900 ações, em mais de 100 cidades, e as expectativas para este ano são de um recorde.
Entre os destaques da programação está uma parceria inédita com o Itaú Cultural Play e Laura Artigas, que traz uma seleção de documentários sobre moda, disponíveis na plataforma. Também acontecerá uma aula sobre direitos trabalhistas para costureiras de todo o país, promovida pelo Coletivo Mulheres do Polo. O Dia das Manualidades na Rua, no dia 26 de abril, uma ação global, acontecerá em diversas cidades simultaneamente, e tem o objetivo de incentivar e valorizar o reparo e atividades manuais, e sua importância socioeconômica.
Outras ações destaques incluem parceiros estratégicos, como OAB São Paulo, Sebrae e Senac, e reforçam a importância de diferentes atores se mobilizarem, junto ao movimento, para revolucionar a moda.
Brasil é um gigante têxtil: é hora de mapear soluções para transformar a indústria
Vivemos momentos decisivos para o futuro da humanidade e da Terra. No contexto da emergência climática, a indústria da moda perpetua um modelo de produção exploratório, que agrava a
degradação ambiental e as injustiças socioambientais e climáticas, tanto no Brasil quanto no mundo. Embora os impactos sejam amplos, eles variam conforme as regiões e os contextos sociais, o que torna fundamental entender essas diferenças para criar soluções específicas para cada situação.
Neste cenário, a Semana Fashion Revolution 2025 surge como uma chamada à ação. A campanha convida pessoas de todo o território nacional a participar dos eventos e a identificar os principais desafios e potenciais da moda em suas cidades e regiões, mapeando soluções e atores estratégicos, a fim de impulsionar a transformação em busca de uma moda mais transparente, justa e regenerativa.
A interseccionalidade entre clima, saberes tradicionais e direitos dos trabalhadores é o que orienta a transição da indústria para um modelo que adote práticas regenerativas, valorize o conhecimento ancestral e combata a crise climática, à medida que descobrimos, em comunidade, o papel do Brasil nessa revolução global e local.
"O engajamento comunitário é peça-chave para a transformação da moda. O Brasil é um gigante têxtil e, ao mapearmos, em conjunto, os problemas e soluções locais, temos um imenso potencial para gerar impactos positivos no setor, fazendo da moda brasileira uma inspiração para a cadeia têxtil global", afirma Fernanda Simon, Diretora Executiva do Fashion Revolution Brasil.